Passei quase uma semana na Ilha de Páscoa. A ilha é um dos lugares mais remotos do mundo. Consulte um mapa geográfico e observe a sua localização. Verá que as terras habitadas mais próximas ficam a milhares de quilómetros. A área habitada mais próxima, que fica a quase 2.000 km de distância, é a ilha igualmente remota de Pitcairn, lar de cinquenta pessoas, que descendem dos amotinados do navio “Bounty”. A costa da América do Sul fica a 3.500 km e a ilha de Taiti fica a mais de 4.000 km.
Para chegar à ilha de Páscoa há duas opções: Um voo diário de Santiago do Chile e um voo semanal de Taiti/Polinésia Francesa, realizados pela companhia aérea LATAM. Ambos os voos têm uma duração de 5/6 horas. Compre os bilhetes de avião de Santiago do Chile para a ilha de Páscoa com bastante antecedência. Custam entre 350 dólares e mais de 1.300 dólares estadounidenses. Chegará ao Aeroporto de Mataveri e aqui encontrará um escritório, onde terá que comprar um bilhete para o Parque Nacional Rapa Nui.
O bilhete é necessário para visitar a ilha, que é em grande parte um Parque Nacional bem cuidado. O custo para não-chilenos é de 80 dólares por pessoa e a validade do bilhete é de 10 dias a partir da visita do primeiro sítio arqueológico. O bilhete do Parque permite, que visita todos os sítios arqueológicos da ilha quantas vezes desejar. Apenas os dois locais mais importantes, que são o sítio arqueológico de Orongo e a pedreira dos moais de Rano Raraku podem só ser visitados uma vez. Aproveite do tempo visitando esses dois lugares, porque não pode voltar a menos que compre um novo bilhete de ingresso.
Lembre-se sempre de trazer consigo o bilhete de ingresso do Parque, porque a cada entrada dum sítio arqueológico será solicitado e carimbado. Cada sítio arqueológico tem o seu próprio selo. Além do bilhete eu juntei os selos também numa página do diário de viagem. É uma memória agradável dos lugares visitados. O aeroporto está localizado ao lado da única povoação da ilha: Trata-se da aldeia de Hanga Roa. 7.000 pessoas vivem na Ilha de Páscoa, em parte descendentes dos antigos habitantes polinésios: O povo Rapa Nui. A ilha, que tem uma forma triangular, cobre 160 quilómetros quadrados de superfície. Nos três cantos da ilha encontram-se os três principais vulcões: O Terevaka com 507 metros de altitude, sendo o mais alto da ilha, o Poike com 370 metros e o Rano Kau com 324 metros. Uma dúzia de cones vulcânicos menores pontuam o interior da ilha. A paisagem da ilha de Páscoa é estéril e a terra é coberta em grande parte por arbustos e vegetação baixa.
A ilha é famosa por estátuas de pedra: Os moais. Os antigos habitantes da ilha de Páscoa construíram centenas dessas enormes estátuas, que medem alguns metros de altura. A altura média dessas estátuas é de 4 metros, mas a mais alta alcança 10 metros. Quase todas as estátuas foram esculpidas na pedreira do vulcão Rano Raraku. Neste lugar existem centenas de moais a serem finalizados ainda. Um desses moais inacabados mede até 21 metros de altura. A ilha é rica em sítios arqueológicos em quase todos os montes de rochas encontrará ao longo das costas da ilha, olhando de perto os restos da antiga civilização, que moldou os moais.
Quantos dias de estadia na ilha? Considerando onde está localizada a ilha e o tempo para chegar lá na minha opinião é bom ficar uma noite mais que uma noite menos. A maioria dos turistas fica 3 noites e depois parte. Ao meu parecer 3 noites são um período curto demais. Para os amantes da história e arqueologia uma visita a esta ilha é emocionante. As minhas 5 noites na ilha passaram num instante. Na retrospectiva eu teria preferido ficar uma noite mais ainda. No entanto 4 ou 5 noites podem ser suficientes para visitar a maioria dos sítios arqueológicos e entrar em sintonia com a ilha. À primeira vista a ilha é nua e estéril, mas te encanta. Eu não conseguia parar em todos os sítios arqueológicos, em todas as pilhas de pedras, em todos os penhascos e em todos os vulcões.
Na aldeia de Hanga Roa pare nos Correios para colocar um carimbo da Ilha de Páscoa no seu passaporte ou no seu diário. Tente passar pelo menos uma manhã de domingo na ilha para participar na missa das 9:00 horas da igreja católica local, onde pode ouvir as magníficas canções em Rapa Nui, a língua polinésia dos habitantes, que é muito semelhante ao taitiano. No pôr do sol vai admirar o mar em frente ao grupo de moai de Hanga Roa, onde estão as plataformas moais de Ahu Tahai, o solitário Ahu Ko Te Riku e o mais distante Hanga Kioe. Não esqueça de visitar o interessante museu Antropológico Padre Sebastián Englert, onde terá a oportunidade de aprofundar a história da ilha e admirar o único olhar autêntico dum moai.
Entre as coisas mais espetaculares para ver nesta ilha remota eu realmente gostei da cratera do vulcão Rano Kau. Aqui é absolutamente necessário seguir o caminho, que corre ao longo da borda da cratera até o ponto, onde encontra-se com o mar e onde as falésias não permitem continuar mais em frente. Mesmo o lugar cerimonial de Orongo tem o seu encanto. Outro lugar fascinante é a pedreira dos moais do vulcão Rano Raraku. Aqui vale a pena de ver o interior da cratera, onde há um lago e vários moais. As encostas externas do vulcão são literalmente pontilhadas de estátuas, que parecem ser cogumelos, que surgem da terra vulcânica da ilha.
A praia de areia branca de Anakena, também pontilhada por grupos de moais e cheia de palmeiras, é o único lugar da ilha, que lembra duma ilha tropical clássica. Um outro lugar místico é o Ahu Tongariki, a mais espetacular plataforma de moais, onde existem 15 moais, incluindo o moai mais pesado nunca erguido, pesando 86 toneladas. A partir do Ahu Tongariki pode admirar belos amanheceres com o sol, que nasce atrás dum moai. Entre as muitas coisas para ver existe a pedreira dos chapéus moai de Puna Pau e os únicos moais frente ao mar, as de Ahu Akivi, localizados no interior da ilha não longe de Hanga Roa. Gostei muito também duma caminhada, que fiz na parte mais selvagem da ilha ao longo das encostas do vulcão Poike no extremo leste da ilha. Mesmo o pico mais alto da ilha o vulcão Terevaka é facilmente acessível por algumas horas de caminhada.
Texto português corrigido por Dietrich Köster.